No universo de empresas registradas, o microempreendedor individual (MEI) já representa aproximadamente 56% dos negócios ativos no Brasil, segundo dados do Mapa de Empresas do boletim do 3º quadrimestre de 2023 publicado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Governo Federal. Ainda de acordo com o Mapa de Empresas, aproximadamente 55% fecharam as portas em 2023 em relação ao número total de aberturas no mesmo ano, e que em média no máximo 5 anos é o tempo de sobrevivência dos pequenos negócios.
É fato que a simplificação dos impostos cobrados para os MEIs é reduzida e que não acarreta uma dificuldade financeira de manutenção destes negócios por conta dos tributos, e que cada vez mais temos eventos motivadores para o empreendedorismo no país, estimulando a abertura de novos negócios e o despertar para o empreender.
Então quais os motivos que levam a registrar esses números tão alarmantes de fechamento e tempo reduzido de sobrevivência dos pequenos negócios?
Segundo o portal na internet “Poder360”, em outubro de 2023 aproximadamente 89% destes pequenos negócios estavam com inadimplência, ou seja, em dívidas. Este número reforça ainda mais a dificuldade do pequeno empreendedor em administrar o seu próprio negócio.
Estamos vivenciando nos últimos anos uma era do “empreender”, nunca foi tão fácil abrir o seu próprio negócio, e até mesmo obter uma linha de crédito para financiar o “sonho” de ser empresário, mas o dia seguinte é revelador na vida destes microempreendedores, ao se defrontarem com uma realidade que necessitam em manter-se no mercado, sem muitas vezes nem saber o que é “gestão” e como se faz no dia a dia….
Antes de abrir o seu próprio negócio é preciso ter um produto e/ou serviço que resolva uma necessidade, um planejamento estratégico adequado e um intenso estudo do mercado, constituindo assim o primeiro passo para minimizar os riscos e vislumbrar o sucesso. Após a abertura de uma empresa, nem sempre o empreendedor é um administrador, ou quase todo empreendedor se coloca na capacidade de fazer a gestão do seu próprio negócio, e quando não sabe, tenta aprender com a empresa funcionando, e isso tem custado caro para a sobrevivência.
Ser um administrador é uma formação que inclui competências técnicas, habilidades e atitudes que não se aprendem em um curso rápido e nem tampouco no dia a dia do negócio, é preciso entender que empreender é o nascimento, fazer gestão é para a vida toda.
O microempreendedor vive a “gestão da sobrevivência”, muitas vezes incapaz de enxergar os motivos pela qual o seu negócio não está evoluindo, ou talvez nunca tenha nascido para o sucesso sonhado. Empreender não é uma aventura, é enfrentar desafios com estratégias, é pedir ajuda quando não se sente capaz de decidir sozinho, é ter recursos suficientes para o amadurecimento do seu negócio, é saber gerir o negócio e realmente um produto e/ou serviço que atendam às necessidades dos seus clientes, pois não temos tempo para brincar de abrir empresas e depois com muito custo fechá-las.